segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Conto erótico de um leitor ( Gay )



         Todos os alunos saiam da sala desordenadamente, enquanto o toque indicava o início do intervalo. Darren levantou-se cuidadosamente, deixando intacta sua mesa e seus materiais simetricamente arrumados. Analisou seu reflexo no espelho, desejando enxergar qualquer outro rosto que não fosse o seu. Não lhe agradava o formato do seu nariz, de seus dentes, muito menos seus cabelos negros e seu penteado cauteloso e sem graça. Mesmo assim não se deixava render pela insegurança. Não hoje.
       Após comprar um café, saudou amigavelmente a funcionária e dirigiu-se ao banquinho próximo à quadra de esportes. Nada diferente de sua rotina, mas seus olhos não revelavam o medo como de costume, estavam semicerrados, ávidos. Seus lábios, retos, rígidos, não esboçavam sentimento algum. Mesmo após vê-lo, mesmo após sentir o calor que emanava de seu sorriso, mesmo após seus olhos se encontrarem.
          Outro toque informava o fim do intervalo, houve uma alteração em sua frequência cardíaca. Enquanto todos retornavam às salas de aula, Darren seguia em direção ao banheiro, onde sabia que iria encontrá-lo. Pela primeira vez sentiu medo, tentou controlar a ansiedade enquanto andava, mas sentiu vontade de desistir, dar meia volta e correr para seu assento, porém, como havia dito, não deixaria a insegurança estragar tudo.
           Respirou fundo, abriu a porta e correu ao espelho sem se preocupar em agir com naturalidade. Seus olhos agora mostravam pavor enquanto tentava abafar o desespero que sentia mordendo o canto dos lábios. Molhou o rosto e enxugou depressa sentindo uma confiança surpreendente. Se dirigiu às cabines e não precisou esperar muito para vê-lo sair. Reparar como ele olhava para baixo enquanto endireitava o cinto fez com que ele se sentisse errado.
           Ele parecia tão inocente sem saber o que aconteceria a seguir. Mas não havia tempo para hesitar, Darren não pensava em parar por ali. Gastou um ou dois segundos reparando nas gostas de suor que desciam pela sua testa e pela nuca do rapaz enquanto ele percebia sua presença. Deu dois passos em direção ao moço e repousou a mão em seu peito, sentiu o músculo enrijecer e percebeu o olhar confuso do outro. Pressionou-o levemente com a mão, fazendo-o voltar a cabine.
           Percebeu sua ingenuidade em esperar que aquele homem concordasse com o que estava prestes a acontecer, mas estava disposto à enfrentar as consequências. Fechou a porta. Não ousou olhar o amado nos olhos, curvou-se levemente, aproximando-se da nuca do garoto e aspirando o odor excitante que exalava o suor de seu pescoço. Darren sentiu o outro vibrar ao sentir sua respiração trêmula, vibrou também ao sentir sua cintura abraçada por aquelas mãos fortes, confirmando o consentimento por ambas as partes.
          Darren sentia pequenas descargas de prazer enquanto o rapaz beijava sua nuca, sentindo a respiração nervosa perto de sua orelha. Deslizou a mão pelo abdome rígido do outro desabotoando sua calça e sentia-o fazer o mesmo. Agora despidos, se beijavam lentamente enquanto suas mãos percorriam seus corpos, os dois estavam ofegantes e suados. Darren girou lentamente sentindo as mãos do outro apertarem sua cintura com força, seu abdome contraído involuntariamente enquanto sentia o corpo do rapaz pressioná-lo contra a parede.
         Sentiu espasmos de prazer enquanto o outro penetrava-lhe centímetro por centímetro carinhosamente. Seus dedos se contorciam, suas mãos apertavam os braços que o envolviam e deslizavam pelo corpo que o pressionava cada vez mais forte contra a parede. Suas mãos repousavam nas nádegas contraídas dele em um movimento ritmado. Sua coluna se curvara enquanto era penetrado. Os finos fios de cabelo de sua nuca vibraram enquanto sentia os beijos do parceiro percorrerem suas costas em uma alternância de lábios e língua.
       Sua mão agora puxava o cabelo do outro levemente quando a dor substituía o prazer por uma fração de segundos. Enquanto isso o rapaz beijava o pescoço de Darren e roçava o nariz em seus cabelos um pouco úmidos de suor. Seus corpos  estavam completamente contraídos, Darren vibrava ao sentir os gemidos baixos do parceiro penetrarem-lhe o ouvido. Como se os dois fossem um só, Chegaram ao orgasmo simultaneamente.
       Seus músculos agora encontravam-se completamente relaxados, quase adormecidos. Nenhum dos dois usavam quebrar o silêncio daquele banheiro. Então continuavam alí, abraçados, sem se importar com o tempo ou com as aulas. Apenas sentindo as carícias uns dos outros e ouvindo a respiração ainda ofegante de ambos.


                                                                                                                               - Anônimo.
              

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